quarta-feira, 10 de maio de 2017

O SAGRADO FESTIVAL DE WESAK

  Por: 
Adriano Soares


O SAGRADO FESTIVAL DE WESAK

      Saudações ante as luzes da Sabedoria, da Força, e da Beleza do Grande Arquiteto do Universo. O Reparador dos mundos!
Estimados irmãos e irmãs (em essência), venho por meio desse, conceder um presente. Na verdade uma recomendação que se trata de uma oportunidade única para se vivenciar uma experiência transcendente importante e tocante.
Primeiramente, para se entender os fundamentos dessa singela recomendação irei compartilhar uma breve história, ou melhor, uma pequena alegoria lendária. 

WESAK, SUA LENDÁRIA ORIGEM

      Em 2012, conheci um simpático Senhor, pertencente a uma corrente discreta da tradição mágica oriental, o mesmo de forma bem simples, sem querer aparentar ostentar alguma honraria me disse que tinha recebido uma benção, e que por responsabilidades para com essa dádiva, ele tinha como dever carregar consigo o título bobo (segundo ele) de Swami*1.  Ele, um senhor que na época aparentava seus 69 anos, foi discípulo de um místico romeno conhecido pelo nome iniciatico de Swami Sarvananda*2. Em nossa simples conversa tecemos comentários sobre nossa juventude, e experiências com grupos de estudos. Em determinado momento ele me contou sobre um auspicioso momento que sempre ocorria no mês de maio (o mês vigente na época em que estávamos conversando), e que servia para uma experiência fantástica. Esse momento ou melhor, essa condição favorável, é conhecida até os dias de hoje pelo nome de “Festival de Wesak”.  Ao ouvir do velho tal expressão, lembrei-me de ter antes conversado muitas vezes a respeito desse lendário festival entre os membros componente do grupo de estudos “Estrela dos Magos” de Natal – RN, do qual fiz parte. Bem, para encurtar essa história e chegar ao objetivo dessa prolongada matéria, irei tentar reproduzir a história que o mesmo me contou: 

“Desde os primórdios da tradição, fala-se que todos os anos, durante o período de ocorrência astrológica que, sob o ponto de vista da astrologia ocidental, situa-se no Plenilúnio (lua cheia) do signo de Touro, há uma variação vibracional interpretada como uma benção ou dádiva de Deus que é concedida a Terra. Tal benção ocorre por meio do canal sagrado da energia potencial conhecida no oriente e também no ocidente por Bhudha, e que o mesmo tem em parceria o apoio de seu irmão o Christos, ou como assim aludem alguns, a força Bhudhica se direciona por meio do canal ungido (Chrístico) da força “Creadora” que rege o reino intermediário da condição humana.  É dito que esse evento especial ocorre em uma cadeia vibratória mais precisa nos planos sutis, ou seja, nos planos supra-sensíveis. Mas que, em paralelo, tal acontecimento sagrado também ocorre simbolicamente dentro de círculos físicos, em cerimônias de ordens e instituições que acreditam no poder de tal ocorrência sagrada.

Há diversos relatos sobre as experiências e visões daqueles que através das práticas da oração em conjunto com o simples jejum e meditação conseguem vivenciar algo único durante essa ocasião. Dentre algumas das descrições, a mais sincrônica é sobre a manifestação visível e invisível do festival em uma região sagrada, situada em uma pequena e hermética região que pode ser acessada por poucas vias, sendo uma dessas situada no Tibet, perpassando os altos picos do Himalaia, que por sua vez levam a um reino outrora chamado de Parhadesah, e atualmente chamada de Agartha, que por sua vez tem como capital a cidade de Shambhala. Nessa região, acessível também por meio da expansão da consciência em consonância com o espírito do amor, é possível testemunhar um ritual único, no qual concentra entre seus observadores seres de varias naturezas evolucionarias; mestres, gênios, magos, iluminados conscientes e inconscientes, homens santos, lamas, etc. Todos ali reunidos para o testemunho da plena manifestação Bhudhica transfigurada na simbólica semblante do Gautama, ou do humilde iniciado em postura de Lótus, que traz ao seu lado a força Cristíca em apoio e reverência. Cânticos e luzes inexpressíveis ao comum verbo manifesto humano são fenômenos constantes durante o momento sagrado, e o efeito sublime do acontecimento proporciona a toda a raça humana uma profunda infusão em um campo energético contagiante e protetor, que por sua vez mergulha a todos os seus buscadores e um oceano de forças transmutadoras e benfazejas. Durante esse momento sagrado o adepto não somente presencia o sagrado semblante do Bhudha como também sente sua presença em seu coração. Conseqüentemente vem a quietude da benção concedida, todas as esferas estrelas (chakras) se alinham vibrando sincrônica e harmoniosamente, e seus canais (nadis) tendem a trabalhar saudavelmente, auxiliando na renovação da cadeia celular constituinte dos seres.  Eis que com isso, o silêncio do coração é irremediável, e por alguns momentos os véus de Mayah são transcedidos, elevando a Mônada* postulante do adepto a um momento único de Re-Encontro com a Fonte.   

Por fim, eis que esta concedido. Uma benção que toca, e proporciona o entendimento da transmutação constante.  Durante séculos, a energia Bhudhica se manifesta por meio do festival de Wesak, e a cada ano, essa força com o auxilio de seu irmão o Christos, trabalham agem em beneficio da humanidade. Por meio dessas duas forças, se manifestam dois aspectos da força Divina. Uma é a Sabedoria Divina (Bhudha) e a segunda o Amor Divino (Christos), que em Wesak se derrama sobre a humanidade em uma condição muito mais abundante. Permitindo nesse período, maiores expansões de consciência. Para tal, alguns adeptos e escolas em varias partes do mundo pregam a realização do ritual de alinhamento com esse momento, afim de que com isso os sinceros buscadores sintam conscientemente o mínimo dos mistérios do Reino Divino”. 

      Bem, eis o fim da simples e misera história contada por esse Sr. Membro de uma organização que segundo ele, se chamava “Suddha Dharma Mandalam*3”.



RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS

     Bem, para aqueles que desejam experimentar o Festival de Wesak, segue instruções práticas com base em métodos usados por algumas correntes místicas dos dias atuais:
Nesse sentido, um dos métodos é através do jejum, da oração ou da meditação, seja essa ultima em grupo ou individualmente.
Há em algumas correntes metodológicas uma invocação, denominada de grande invocação, que por sua vez é recomendada que seja recitada quatro vezes ao dia, no período de três dias anteriores que antecedem ao Festival, e que seguidamente também deve ser feita dois dias após a ocorrência do festival. Sendo recomendado recitá-la ao amanhecer do sol, em seguida ao meio dia, depois às dezoito horas (no caso do dia do festival recomenda-se no momento exato de seu ápice), e à meia noite.

A Grande Invocação

      Para a realização dessa invocação recomendasse que o adepto sente-se confortavelmente de preferência em posição de Lótus, caso não se sinta bem pode ser sentado em uma cadeira com as pernas minimamente separadas e alicerçadas no chão, com as palmas das mãos deitadas sobre as coxas acima das rotulas dos joelhos. Começando por meio de três respirações profundas, com tempos iguais entre aspiração e inspiração, deve-se imaginar uma fonte de luz comparável ao botão de uma rosa branca , especificamente localizada no centro da testa, no espaço existente entre os olhos (localização do Chacra ajna). Após três minutos de concentração, recite em tom normal e audível a seguinte invocação:

“Do Ponto de Luz na Mente de Deus, Flua Luz a Mente dos Homens.
A Luz Está na Terra.
Do Ponto de Amor na Coração de Deus, Flua Amor ao coração dos Homens.
Cristo Está na Terra.
Do Centro aonde a Vontade de Deus É conhecida, Guie o Propósito as pequenas vontades dos homens. O Propósito a que os Mestres conhecem e a que servem.
Do Centro a que chamamos raça dos homens, Cumpra-se o Plano de Amor e de Luz e mure-se a porta onde mora o mal.
Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino aqui na Terra.
Agora e por toda a Eternidade.
Amém, Amém, Amém.
Assim Seja, Assim Seja, Assim Seja.
Om, Om, Om!”.

      Após a invocação, mantenha-se sereno e calmo, imagine o figura do Bhudha e do Christos, o segundo a esquerda do primeiro. Após meio minutos recite o seguinte apelo três vezes seguida:

“Poderosa e Divina presença da Vida, Amor , Sabedoria e Poder !"
“Jorrai a essência divina do Amor na aura e no mundo de toda Emanação de Vida sobre a Terra!"
“Iluminai toda a Humanidade ! Permiti que ela sinta o Amor Divino e a Bem Aventurança !"
"Eu sou sempre em todas as horas a expansão do Amor e da Bem Aventurança".
"Eu sou" feliz em ter esta consciência."
"Eu sou " buscando e sendo a ressurreição do meu ser em todas as minhas atividades, projetos, sonhos e realizações nesta atual encarnação que para sempre está selada na divina luz de Deus que nunca falha".

      Após, deixe-se levar pelas energias do momento, e imagaine-se saindo de seu corpo físico, em forma astral, rumando para o centro de um grande portal de luz, que te leva a um templo, do qual esta cheio da presença de seres que ali se reúnem para vivenciar a manifestação e benção do Bhudha. Após, deixe que o momento, e suas condições vibracionais atuem em sua constituição atômica. Passado alguns minutos tente fazer o retorno para o plano da consciência em sentido inverso, antes de abrir os olhos recite em voz audível a sentença:

“Que seja feita sempre a vontade Divina”.
Abra os olhos, e se possível procure em seguida dormir, pois a continuação dessa experiência possivelmente se dará de forma mais eficaz nos planos oníricos. 




Observações Importantes

      O festival de Wesak ocorrerá nesse ano de 2017 no dia 10 de maio especificamente às 18:44hs (aqui no Brasil) , tendo como referencia uma cadeia favorável a pratica de contato com o festival em horário diferenciado devido a impossibilidade de se conseguir seguir seu ápice por fatores diversos, segue sugestões em consonância com a cadeia de atuação das marés dos dos Tattwas. Esses, por sua vez se tratam de uma corrente vital de éter ou de força  (os Pranas Hindus ) que brotam do sol como um rio contínuo. Este rio é quíntuplo, e flui ao redor de toda a nossa Terra,  vitalizando sua substancia astral ou esfera de sensação. Ou seja, os Tattwas são as correntes ou sub-planos da Luz Astral.  Acredita-se que cada Tattwa ou corrente de força existe potentemente durante determinado período de tempo, e que cada um desses Tattwa servem atuam em condições favoráveis a determinados empreendimentos. Nesse caso, para se travar contato com forças superiores, usaremos como base para canalização de nossa invocação e projeção o Tattwa Akasha, que banhará no dia 10 de maio de 2017 os horários a descritos a seguir. Não exponho aqui a formula de como se entender o estabelecer o conhecimento dos horários de atuação de cada Tattwas por motivos maiores que me impedem no momento. Mas de toda a forma, os horários descridos abaixo podem ser seguidos a risca:

05:21hs (AM)/ 11: 24hs (AM)/ 17:21hs (PM)
19:25hs (PM)/ 21:21hs (PM)/ 23:20hs (PM)

      Bem, espero que as informações contidas nessa singela matéria sejam úteis para os propósitos da Luz! 

 DEI GLORIA INTACTA
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1* A palavra Swami advêm do sânscrito: “स्वामी, Svāmi”, é um título honorífico hindu atribuído tanto a homens quanto a mulheres. O termo significa: "aquele que sabe e domina a si mesmo" ou aquele que é "livre dos sentidos".

2* Svami Sarvananda era o nome místico do Sr. Georg Kritikós, nascido em Rupea, Transilvânia (Romênia), em 22 de junho de 1922, e falecido em 18 de abril de 1999 em Curitiba (PR). Filho de pai grego e mãe romena, aos 22 meses sofreu pneumonia dupla, tendo sido desenganado pelos médicos. Naquele momento recebeu a visita de um Mestre que condicionou a continuação de sua vida à promessa de dedicá-la aos seus semelhantes, ele aceitou e obteve a cura. A facilidade das línguas, herdada do pai, permitiu falar três idiomas usados na região: romeno, húngaro e o alemão, o que o ajudou a se adaptar mais facilmente aos países pelos quais passou e viveu. Logo depois da Segunda Guerra, foi trazido pela tia materna para o Uruguai, onde se reencontrou com seu Mestre e amigo Sevananda Svami, tornando-se seu discípulo e recebendo dele a iniciação transmitida pelo adepto egípcio RA MAK HOTEP, anos depois estabeleceu residência no Brasil.
 Foi um dos alto membros da Ordem dos Sarvas, da  Suddha Dharma Mandalam, e da Ordem Martinista. Em 18 de março de 2000, aconteceu o lançamento de sua obra póstuma “Memórias (1922-1960)”, no Museu Histórico Abílio Barreto, confirmando assim sua participação na história de Belo Horizonte.  Sarvananda publicou os seguintes livros:
  • Yoga para Crianças, excelente guia para professores de yoga que desejam trabalhar com crianças;
  • Yoga em Casa, um guia perfeito para professores e pessoas que em algum momento não podem freqüentar uma escola;
  • Androgonia (O que o homem é), indispensável a todos que querem embasar seus conhecimentos rumo a auto-realização.

3* A Suddha Dharma Mandalam é uma ordem depositária da essência dos ensinamentos das tradições antigas, filosóficas e religiosas, preservadas por uma via oriental. Nos dias atuais, devido à notória fama atribuída a essa ordem, comparável ao que fizeram com a expressão Rosacruz, muitas instituições aderiram ao uso do nome da ordem. Mas sabe-se entre os meios esotéricos que poucas dessas vertentes atuantes nos dias de hoje realmente descende da milenar Suddha Dharma Mandalam Original.

segunda-feira, 27 de março de 2017

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO MARTINISMO - I

 por: Adriano Soares


  (Assembléia das lojas da Soberana e Independente Antiga Ordem Martinista – Martinezista, Moscou, Rússia, abril de 2013.)
            “Acusados de sermos demônios por uns, clérigos por outros, magos negros ou alienados pela multidão, permaneceremos simplesmente Cavaleiros ferventes do Christos, inimigos da violência e da vingança; sinarquistas convictos, opostos a toda anarquia de cima ou de baixo, em uma palavra  permaneceremos: Martinistas” – (Papus. Martinesismo, Willermosismo, Martinismo e Franco Maçonaria, Trad. S.C.A).


Nos anais da história das sociedades (secretas) iniciáticas, dentre as organizações de caráter iluminista de maior influência no mundo, encontraremos a Ordem Martinista. Graças às suas ações, foi uma das principais organizações que influenciaram o desenvolvimento e surgimento de demais escolas e grupos semelhantes no Brasil e em outros países tanto da America do Sul, quanto em todo ocidente.

I. O QUE É O MARTINISMO?
Aqueles que pouco ouviram ou leram a cerca de tal tema, farão o seguinte questionamento: que é Martinismo? Resumindo em palavras simples e diretas pode-se dizer que o Martinismo é uma vertente preservada enquanto instituição, que sustenta um pensamento místico-filosófico advindo das influências dos escritos e ensinamentos de um místico maçom chamado Martinez de Pasqually, e de seus discípulos Louis Claude de Saint-Martin e Jean Baptiste Willermoz. Nos estudos e trabalhos desenvolvidos pelos adeptos do Martinismo e de sistemas correlacionados há referenciais simbólicos e alegóricos da tradição Cristã, Judaica, e Gnóstica. Seus aspectos filosóficos e ritualísticos também estão compreendidos em escolas de caráter sacerdotal gnóstico e no rito maçônico conhecido como Rito Escocês Retificado.
A escola inicialmente estabelecida por Martinez de Pasqually atuava restritamente por meio de um método chamado de Theurgico, ou seja, fazia uso da “Teurgia”, palavra que etimologicamente advêm do grego theoi, "Deuses", e ergon, "obra", que poderia ser visto como "Obra Divina" mas também "Obra de Deus" ou "produzindo a obra dos deuses". Tal expressão era utilizada como contraparte da expressão Teologia (Lógica de Deus), que meramente discutia sobre Deus (ou os deuses). No caso, a Teurgia ritualisticamente realizava a obra divina de Deus (ou dos deuses) por meio de ações tidas como cerimoniais, objetivando uma comunhão com Deus e seus agentes (Anjos, Arcanjos, etc), obtida através de preces, exercícios e estudos. Sendo assim, o inicio de todos os trabalhos e estudos de Martinez de Pasqually era visto como sendo uma prática mágica operativa e, aparentemente, externa.
Com o tempo, foi estabelecido por meio de um dos seus mais ilustres discípulos, Louis Claude de Saint-Martin, uma vertente prática chamada senda mística cardíaca ou, como se referem alguns, a via do coração, sendo esta uma Teurgia Gnóstica que teve como influência outros métodos advindos de vertentes variadas que focavam o desenvolvimento do ser por meio de seu trabalho interno.
A expressão Martinismo se deu em homenagem ao legado estabelecido por Louis Claude de Saint-Martin e aparece registrada inicialmente em algumas obras do abade místico francês Eliphas Levi (1810 - 1875), todavia foi por meio do médico francês (nascido na Espanha) Dr. Gerard Encausse (1865 – 1916), conhecido nos meios espiritualistas como Papus, que o Martinismo ganhou uma estrutura ritualística organizada e de caráter moderno.
Hoje, segundo documentos e dados contidos nas escolas (linhagens) que mantém e propagam a filosofia Martinista, alega-se que a ordem está ligada a uma tradição que tem raízes na Tradição Primordial, numa época em que o ser humano tinha o privilégio de comungar livremente com a Divindade, sem intermediações.
É comum ao estudante ou pesquisador que se debruça sobre a filosofia do Martinismo encontrar outros termos parecidos ou até mesmo curiosamente correlacionados com a expressão “Martinismo”, por exemplo, as expressões Martinezismo ou Willermorzismo. Com isso surgem muitas dúvidas ou até mesmo confusões, atribuindo o mesmo significado a várias organizações com ideais análogos e até bem semelhantes, mas com métodos e propostas diferentes. Para esclarecer um pouco tais questões, segue como continuação uma pequena síntese das ações e objetivos dessas organizações irmãs e ligadas à tradição Martinista.

II. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AS DIFERENÇAS ENTRE MARTINISMO, MARTINEZISMO, WILLERMORZISMO E PAPUSIANISMO:
II.1.  MARTINEZISMO
O Martinezismo é uma via que trabalha com o sistema estabelecido pelo mestre maçom Martinez de Pasqually (1710-1774), que enquanto ordem ficou conhecida pela alcunha de "Ordem dos Cavaleiros Elus Cohen do Universo - Ordem dos Cavaleiros Maçons, Sacerdotes Eleitos do Universo". 
A Ordem foi fundada em 1754, e em seus postulados encontram-se aspectos simbólicos da tradição hebraica, do cristianismo, e gnosticismo, além de práticas e liturgias operativas, de natureza ditas Theurgicas. Seu sistema é até hoje visto como herdeiro de uma tradição primordial e é alvo das mais diversas especulações. Alguns até chegaram a associar a influências de figuras como Alessandro di Cagliostro, e Emanuel Swedenborg.
 Uma de suas literaturas centrais é o “Tratado da Reintegração dos Seres Criados” de autoria do Próprio Pasqually. Seu sistema pretendia despertar no centro do ser uma consciência Christica que se manifestaria a níveis físicos ao ponto de fazer do adepto um Eleito, abençoado, um “Real Cruz”. Para alguns dos estudantes dessa tradição, tal consciência inicialmente se manifestava de forma peculiar e era chamada de “la Chose", que por sua vez foi erroneamente interpretada pelos profanos como uma manifestação semelhante aos fenômenos mediúnicos do Espiritismo. O sistema de Martinez, se fizermos uma comparação com as terminologias utilizadas por seu discípulo Saint Martin em sua obra “Dos Erros e da Verdade”, atua a partir do chamado “Livro da Natureza”, através do qual o estudante usa o meio externo para travar contato com o plano arquetípico (divino) e com isso alcançar a comunhão com as forças superiores.
Para Saint Martin o sistema de seu mestre Martinez não era algo que se adequava a todos os tipos de estruturas psíquicas, por isso Saint Martin percebeu que antes se fazia necessário uma estruturação e firmação de uma base no coração de cada buscador e, conforme suas condições, o mesmo iria despertar a consciência aos poucos e assim transcender em um processo íntimo, no qual o Christus seria desperto, reconciliando e reparando a natureza da parcela adâmica individualizada, tirando o ser da condição de “Torrente”, dando-o a segurança da sincera “Vontade” e levando-o ao “Ministério do Homem Espírito”. Ou seja, não muito diferente do que Levi dizia em relação aos quatro verbos divinos da Magia: “Saber, Ousar, Querer, e Calar”.

II.2.  MARTINISMO 
O Martinismo é um sistema que se baseia nos postulados e métodos do mestre filósofo francês Louis Claude de Saint-Martin (1743-1803) que, em seus primórdios, fora conferido a um círculo restrito de seus amigos e escolhidos de confiança. Há forte influência de várias correntes místicas, valendo destacar três em especial, os escritos e postulados do filósofo teutônico Jakob Böehme; a corrente preservada pela tradição ortodoxa e bizantina conhecida como Hesicasmo, que também influenciou grandes mestres, dentre os quais cita-se Jeanne Marie Bouvier de La Motte (Madame Guyon); e os próprios ensinamentos dos “Elus Cohen” de Pasqually.

Vale ressaltar que segundo o que é passado sobre a história da organização estruturada com a alcunha de Ordem Martinista, o único legado de Saint Martin deixado para seus amigos se tratava de uma iniciação simbólica em forma de benção, uma sagração resumida em um ato singelo mas poderoso, que astralmente conferia aos abençoados uma fortificação na vontade para assim alcançar a comunhão. Tal benção, não menos importante que algumas cerimônias dotadas de artifícios e paramentos, se resumia em apenas alguns toques, pontos, e duas letras. Foi graças a esse poderoso e tão singelo legado que o que conhecemos por Martinismo Moderno pôde surgir e se reformular. Tais como os ensinamentos dos Cohen, nos escritos de Saint Martin podemos encontrar peculiaridades que se enquadram em interpretações sob a ótica da Cabala, Cristianismo Primitivo e até mesmo do Gnosticismo.

II.3.  WILLERMORZISMO
O Willermorzismo é a vertente baseada nos postulados do discípulo de Pasqually, Jean Baptiste Willermoz (1730-1824), que por sua vez chegou a ser um dos membros do alto conselho dos “Elus Cohen”. Sua obra “O Homem-Deus” é tida por alguns estudiosos como uma das teses manifestas por sua condição de “Real Cruz”, inspirado pelo contato sutil com “la Chose". De forma semelhante atribuem tal importância à obra “Dos Erros e da Verdade” de Saint Martin. Nos métodos empreendidos pelo sistema de Willermoz encontramos diversas influências, dentre estas temos os pensamentos e sistemas de Pasqually, Joseph de Maistre, Saint German, Cagliostro, Dom Pernety, Salzman, e também de diversos ocultistas, franceses, italianos, alemães, etc.  
O sistema de Willermoz teve maior destaque na Maçonaria. Tornou-se o primeiro Grão-Mestre das Lojas Regulares de Lyon, foi o estruturador e criador do Rito Escocês Retificado, estabelecido tendo como grande influencia três significativas vertentes: o antigo Rito de Heredom; os postulados do Rito da Estrita Observância Templária (de onde veio a surgir os Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa, por meio da convenção celebrada em Wilhelmsbad em 1782); e o próprio sistema difundido pelo seu mestre Pasqually. 
Uma história curiosa que é levantada por alguns, é que Leon Hyppolite Denizart Rivail, conhecido popularmente por Allan Kardec, o codificador da doutrina espírita, supostamente foi membro da Grande Loja Escocesa de Paris, mas que antes teria recebido as “Luzes” da iniciação em uma loja de Lyon, na qual tinha como Grão Mestre Willermoz. Já a escritora Mme. Calude Varèze, em sua obra “Os Grandes Iluminados” (Paris,1948) vai um pouco mais além e diz que Kardec teria sido iniciado aos Elus Cohen por Willermoz. Por mais que essas suposições não passem de teorias, tal não isenta a possibilidade de que tenha havido um encontro entre Kardec e Willermorz.

II.4.  PAPUSIANISMO
Tal sistema é pouco referenciado pelo termo de Papusianismo, tendo em vista que seu método se baseia em um conglomerado de influências que buscam, por meio do casamento harmônico entre a Teurgia operativa - advinda da Elus Cohen de Pasqually - e a prática da Via do Coração - via benção/sagração dos iniciados por Saint Martin, despertar a consciência do ser rumo ao que nos postulados do Martinismo é chamado de “Reintegração”. Tal linha de atuação é vista como o “Martinismo Moderno”, sendo que o mesmo tem como herança iniciática as duas correntes principais citadas anteriormente e algumas outras correntes de influência filosófica e intelectual. A expressão Papusianismo é usada em alusão à figura do mestre Dr. Gerard Encausse (1875-1916), mais conhecido nos meios ocultistas pelo pseudônimo de Papus, um célebre médico, químico, alopata, homeopata, taumaturgo, astrólogo, quiromante, maçom, etc.

Papus foi o primeiro Soberano Grande Mestre da Ordem Martinista, de 1888 até a sua morte em 1916, tendo recebido em 1882 a livre iniciação de um senhor chamado Henri Delaage (que teria sido um membro do Conselho Supremo original da Sociedade dos Íntimos de Saint Martin, e que teria falecido após conferir-lhe as chaves da iniciação). Ao travar contato com outros supostamente detentores da mesma linhagem, dentre eles Pierre Augustin Chaboseau, o Dr. Encausse resolveu fundar uma Ordem Iniciática, que seria uma reestruturação da tradição de Louis Claude de Saint-Martin utilizando em sua homenagem a expressão “Martinismo”.
Vale salientar que, alguns estudiosos defendem que o termo Martinismo foi pela primeira vez citado e utilizado por Papus e Chaboseau, doravante muito antes encontramos tal nomenclatura e referência nas obras de Eliphas Levi (Dogma e Ritual de Alta Magia; e História da Magia), e na obra Zanoni de Sir Edward Bulwer Lytton. 

O sistema martinista moderno estabelecido por Papus alegava para si uma corrente iniciática tradicional fortificada por três iniciações recebidas pelo Dr. Encausse, sendo a primeira dada pelo Sr. Delaage, a segunda para fortifica e sanar o vácuo da árvore inciática de Delaage, que era um mistério, foi dada por Chabosea, e a terceira dada por Gregory Otthovich von Mebes no Soberano Capítulo Apolônio de Thiana de São Petesburgo - Rússia (entre os anos de 1904/1905). 

      Portanto o sistema Martinista/Papusiano, como dito anteriormente, é baseado em duas cadeias iniciáticas principais: Elus Cohen; a Sociedade dos Íntimos de Saint Martin; e também influenciada intelectual e filosoficamente por meio dos escritos e ensinamentos de Eliphas Levi, Saint-Yves d´Alveydre, Fabre d´Olivet, Louis Lucas, e o mestre Philippe de Lyon - este último, tanto de forma espiritual como devocional. Para uma melhor dinâmica e funcionamento, a ordem adotou posturas de caráter organizacional (com parâmetros, instrumentos, sinais, toques, e ferramentas) semelhantes aos que eram praticados e utilizados por ordens como a Maçonaria e a Rosa+Cruz.

A ordem Martinista de Papus é uma organização que desde sua estruturação pretende trabalhar as duas vias, a chamada senda Cardíaca como foco, e a Theurgica como secundaria e fortificadora das intenções sinceras de seus adeptos. Vale salientar que, dentre as ordens martinistas pós Papus, em exceção às demais existentes, a única que diz ter retirado de sua metodologia o conteúdo operativo Theurgico foi a Tradicional Ordem Martinista - TOM, mantida administrativamente pela Antiga e Mística Ordem Rosa Cruz - AMORC. Enfim, o que conhecemos como martinismo moderno só nos foi legado graças ao empreendedorismo iniciático de Papus e de seus continuadores, ardorosos cavaleiros do Martinismo.

III. O QUE É ESTUDADO NO MARTINISMO MODERNO?
O presente conteúdo se trata de um enxerto do livro “ABC do Ocultismo, de Papus”. Retirado da tradução da edição da Sociedade das Ciências Antigas (SCA) publicada pela Editora Martins Fontes. 
Para o martinista, é inútil demorar-se sobre o começo dos estudos psíquicos. Enquanto os homens da ciência ou os chamados espíritos "positivos" que se iniciam nos estudos do Ocultismo passam a maior parte de seu tempo tentando saber se os fenômenos de magnetismo e mediunidade são exatos, o martinista considera isso como dado.
Deixa aos outros, portanto, essas discussões infantis sobre a boa fé dos médiuns e sobre o adormecimento real dos sujeitos: ocupa-se com problemas mais elevados. O que os martinistas precisam é, primeiro, uma ideia geral do Ocultismo, em suas duas principais tradições, a do Ocidente, ou cabalística, e a do Oriente, ou sânscrita, ambas, aliás, oriundas do antigo Egito.
A seguir, precisam de ferramentas positivas para investigar as ciências antigas, de modo que possam verificar os nomes próprios e as palavras sagradas empregadas. Essas ferramentas são as línguas sagradas da Antiguidade ou, antes, seus primeiros elementos, para poder verificar cada termo em um dicionário. O martinista deverá, portanto, estudar três alfabetos:

1.           o alfabeto hebreu;
2.           o alfabeto sânscrito (devânagari);
3.           o alfabeto egípcio.

Uma vez de posse desses instrumentos, deverá aplicá-los ao estudo da Cabala e do Hermetismo, depois ao estudo do Simbolismo e da Franco-maçonaria em seus diversos ritos. Aí então o martinista estará em condição de aplicar seus conhecimentos, agindo no plano invisível. O Misticismo, a Teurgia e a Psicurgia deverão atrair particularmente sua atenção. Os livros não são mais do que instrumentos destinados a dirigir a meditação cerebral e preparar a digestão e a assimilação intelectuais.
A seguir, damos um modelo do ciclo de estudos, que poderá ser modificado por cada estudante e servirá de guia geral. Cada ciclo pode compreender um mês, de modo que os estudos completos podem ser realizados em dezoito meses. É claro que esse ciclo pode ser aumentado ou diminuído pelo estudante, conforme sua rapidez de compreensão ou seus estudos anteriores.




I.
1.           História das raças humanas, tradições, etc.
2.          Teoria geral e Filosofia (Saint-Martin, Saint-Yves d'Alveydre, etc.).
3.           Uma língua sacra: hebreu.
4.           Psicurgia (primeiros elementos práticos).
II.
1.           História e simbolismo (Sociedades secretas e Maçonaria).
2.           A Cabala.
3.           Uma língua sacra: o sânscrito.
4.           A Magia e as adaptações (Hipnotismo, Magnetismo, Orações).
III.
1.           História da Alquimia e da Rosa-Cruz (Martinismo).
2.           As religiões do Oriente: Budismo, Bramanismo e Taoísmo.
3.           Uma língua sacra: o egípcio.
4.   O Espiritismo: sua transformação desde a Antiguidade; sua adaptação.
IV.
1.           Os Cultos e seu esoterismo em todas as religiões.
2.           A antiga iniciação no Egito; a Pirâmide e o Templo.
3.           O Hermetismo; A Alquimia; A Astrologia; O Arqueômetro.
4.    A Maçonaria prática: constituição de um rito; as diversas adaptações sociais.

IV. RECOMENDAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS: 
Freqüentemente encontro irmãos ou irmãs que, por determinados interesses, perguntam sobre quais obras poderiam ter uma noção introdutória ao que é estudado e trabalhado pela filosofia reintegrativa do Martinismo. Nesse sentido, para quem nunca se prontificou à leitura de algo no estilo de Louis Claude de Saint-Martin, Jakob Böehme, Jean-Baptiste Willermoz, Martinez de Pasqually, e até mesmo Eliphas Levi e outros que surgiram influenciados pelo romantismo místico filosófico do final do século XVIII, possivelmente terão algumas dificuldades em entender suas obras.



Aproveitando a deixa, compartilho com os irmãos uma lista de obras que creio serem úteis aos que procuram entender introdutoriamente um mínimo da filosofia martinista e a sua vasta abrangência literária. Deixo claro que o próprio Martinismo evidencia que o verdadeiro caminho para alcançar a Grande Obra encontra-se no próprio homem, e não em livros de papel ou mestres externos. Essa lista trata-se de uma recomendação aos que estão iniciando ou que se interessam pelo Martinismo, filiados ou não a uma linhagem martinista.

     IV.1. LISTA:
1 – Tratado Elementar de Ciência Ocultas (Volumes I e II) – Autor: Papus – Editora: Três; 
2 - O Martinismo: História e Doutrina – Autor: Robert Ambelain – Tradução da Sociedade das Ciências Antigas (disponível em PDF);
3- Martinezismo, Willermozismo, Martinismo e Franco maçonaria – Autor: Papus, – Tradução da Sociedade das Ciências Antigas (disponível em PDF);
4- ABC do Ocultismo – Autor: Papus – Editora: Martins Fontes;
5- Os Arcanos Maiores do Tarô – Autor: G.O. Mebes - Editora: Pensamento;
6 - Introdução ao Pensamento Filosófico de Saint Martin e Jacob Boehme - Autor: Adílio Jorqe Marques – Editora: Sapere;
7- Tratado Elementar de Magia Pratica – Autor Papus - Editora: Pensamento;
8 - Ritual da Ordem Martinista – Autor: Téder - Editora: Incógnito;
9 - Sursum Corda – Autor: Xavier Cuvelier-roy – Editora: AMORC;
10 - Temas de Ocultismo Tradicional – Autor: Sar Percival - Tradução da Sociedade das Ciências Antigas (disponível em PDF);
11 – Zanoni – Autor: Edward Bulwer-Lytton – Aditora: AMORC;
12 - História Filosófica do Gênero Humano – Autor: Antoine Fabre D'Olivet – Editora: Ícone; 
13 - Teodiceia psíquica - Os princípios psíquicos de bem e mal no paradigma junguiano e sua discussão no midrash judaico-cristão de Martines de Pasqually - Autor: Ivan Correa – Editora Incógnito;
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Após a leitura de algumas dessas obras, o estudante já poderá iniciar de forma mais proveitosa um estudo inicial das seguintes obras de Pasqually, Saint Martin, Jakob Böehme, e Willermoz:
Dos Erros e da Verdade – Autor: L.C. Saint-Martin – Editora: AMORC;
O Homem Deus- Autor : J.B. Willermoz – Editora: AMORC; 
Jakob Böhme: O príncipe dos filósofos – Editora: AMORC; 
---------------------O Caminho da Iluminação - Attar Editorial;
Martines de Pasqually - Tratado da Reintegração dos Seres Criados.
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OBS* A seqüência de leitura dos livros fica ao critério de cada um. 

V. PERSONALIDADES DE CARÁTER PÚBLICO QUE SUPOSTAMENTE TIVERAM LIGAÇÃO COM A TRADIÇÃO MARTINISTA:

Jacques Cazotte - Escritor e filosofo francês (1719 – 1792)










Honoré de Balzac – Escritor francês (1799 – 1850) 
Alexandre Dumas - Escritor francês (1802 – 1870)


Victor Hugo - Escritor francês (1802 – 1885)

Claude Debussy - Músico e compositor francês (1862 – 1818)
Octave Denis Victor Guillonnet – Celebre Pintor francês (1872 – 1967)
Nikolái Alieksándrovich Románov, (Nikoláu II) - Czar da Rússia (1869 – 1918)
Vitória Alice Helena Luísa Beatriz de Hesse (Alexandra Románov) - Czarina da Rússia (1872 – 19180)

Angelo Giuseppe Roncalli - Papa João XXIII - (1881 - 1963)


VI. REFERÊNCIAS
AMBELAIN, Robert. O Martinismo: História e Doutrina. Tradução da Sociedade das Ciências Antigas (disponível em PDF);
FRÈRE,Jean-Claude. Vida e mistérios dos Rosa+cruzes. Ed. Pensamento;
LEVI, Eliphas. Dogma e Ritual da Alta Magia. Ed. Pensamento;
___________História da Magia. Ed. Pensamento;
___________Os Paradoxos da Sabedoria Oculta. Ed. Pensamento;
LYTTON, Edward Bulwer. Zanoni. Ed. AMORC;
PAPUS. Tratado Elementar de Ciências Ocultas. vol. I & II. Ed. Três;
______Tratado Elementar de Magia Pratica. Ed.Pensamento;
______Martinesismo, Willermosismo, Martinismo e Franco Maçonaria. Trad. S.C.A;
PLANETA Nº 24, Revista. O mago das ciências ocultas. Ed. Três;
SABLÈ, Erick. Dicionário dos Rosa-cruzes. Ed. Madras;
TELES, Fídias. Estudos de Parapsicologia. Ed. Berthier.

Hermanubis  Martinista - http://www.hermanubis.com.br
Sociedade das Ciências Antigas - http://www.sca.org.br